
Comemorando 40 anos desde seu lançamento no dia 1 de junho de 1967 na Inglaterra esse disco ainda se encontra insuperável em termos de quebra de barreiras musicais e experimentações para lá de inovadoras, além de técnicas de gravação elaboradas e uma capa de disco realmente antológica.
Tudo começou, quando em 1966 os Beatles decidiram que não fariam mais apresentações ao vivo para se dedicaram às gravações em estúdio, já que nas palavras de John Lennon: "os gritos da platéia eram mais altos que o nosso som", o que segundo alguns críticos seria um pretexto para o fim da banda.
Contrariando assim a crítica, os Beatles lançam dois singles: "Penny Lanne" e "Strawberry Fields Forever", a primeira de composição de Paul e a segunda de John e logo depois o albúm é lançado.
Segundo a ídeia de Paul para o álbum, como estavam cansados de serem os Beatles, teriam que se reiventar e assim criaram o nome Sgt. Peppers, como uma banda fictícia. E é assim que ele começa apresentando a "nova" banda com "novos" integrantes na primeira faixa do disco.
Outra idéia que também se mostrou revolucionária foi a de "colar" uma música na outra, dando um sentido ininterrupto da obra, que foi copiado por várias bandas depois.
Muito se comenta desse disco por citar ou relacionar algumas frases com as drogas, como lsd, maconha e até heroína. Os integrantes se mostram absolutamente contraditórios a seu respeito, segundo John que morreu dizendo que tudo era uma conspiração e já em 2004 em uma entrevista, Paul afirma, por exemplo que "Lucy in the sky" se tratava sim de ácido lisérgico.
O disco também abriu as portas para um rock mais voltado a um carácter artístico e conceitual, assim influenciando profundamente o rock progressivo que depois viria principalmente nos anos 70.
Outro fator do álbum que intriga é pelo fato de que em seu lançamento teve-se pouco apelo comercial e hoje é ainda o segundo álbum mais vendido de todos os tempos, com 100 milhões de cópia em todo o mundo, perdendo para Thriller de Michael Jackson, segundo a revista americana Rolling Stones, que também o aponta como o melhor álbum de uma lista de 500 outros.
Afinal, do que se trata esse álbum? Para mim, vários temas. Podemos falar que esse foi o ápice da transformação ou transição e amadurecimento musical e pessoal dos Beatles, que já se demonstravam nos dois álbuns antecessores como: Rubber Soul e Revolver, segundo seus próprios fãs e críticos. Também pode-se dizer que esse álbum possibilitou uma maior aproximação dos Beatles e um maior tempo para criar uma fantasia que saia da cabeça deles, devido a época que fervilhava a contra-cultura e as suas experiências com drogas, servindo de um estandarte para o movimento hippie que ainda fazia parte de um cenário underground.