26.5.07

Sgt.Peppers: 40 anos ainda insuperáveis


Comemorando 40 anos desde seu lançamento no dia 1 de junho de 1967 na Inglaterra esse disco ainda se encontra insuperável em termos de quebra de barreiras musicais e experimentações para lá de inovadoras, além de técnicas de gravação elaboradas e uma capa de disco realmente antológica.


Tudo começou, quando em 1966 os Beatles decidiram que não fariam mais apresentações ao vivo para se dedicaram às gravações em estúdio, já que nas palavras de John Lennon: "os gritos da platéia eram mais altos que o nosso som", o que segundo alguns críticos seria um pretexto para o fim da banda.


Contrariando assim a crítica, os Beatles lançam dois singles: "Penny Lanne" e "Strawberry Fields Forever", a primeira de composição de Paul e a segunda de John e logo depois o albúm é lançado.


Segundo a ídeia de Paul para o álbum, como estavam cansados de serem os Beatles, teriam que se reiventar e assim criaram o nome Sgt. Peppers, como uma banda fictícia. E é assim que ele começa apresentando a "nova" banda com "novos" integrantes na primeira faixa do disco.


Outra idéia que também se mostrou revolucionária foi a de "colar" uma música na outra, dando um sentido ininterrupto da obra, que foi copiado por várias bandas depois.


Muito se comenta desse disco por citar ou relacionar algumas frases com as drogas, como lsd, maconha e até heroína. Os integrantes se mostram absolutamente contraditórios a seu respeito, segundo John que morreu dizendo que tudo era uma conspiração e já em 2004 em uma entrevista, Paul afirma, por exemplo que "Lucy in the sky" se tratava sim de ácido lisérgico.


O disco também abriu as portas para um rock mais voltado a um carácter artístico e conceitual, assim influenciando profundamente o rock progressivo que depois viria principalmente nos anos 70.


Outro fator do álbum que intriga é pelo fato de que em seu lançamento teve-se pouco apelo comercial e hoje é ainda o segundo álbum mais vendido de todos os tempos, com 100 milhões de cópia em todo o mundo, perdendo para Thriller de Michael Jackson, segundo a revista americana Rolling Stones, que também o aponta como o melhor álbum de uma lista de 500 outros.


Afinal, do que se trata esse álbum? Para mim, vários temas. Podemos falar que esse foi o ápice da transformação ou transição e amadurecimento musical e pessoal dos Beatles, que já se demonstravam nos dois álbuns antecessores como: Rubber Soul e Revolver, segundo seus próprios fãs e críticos. Também pode-se dizer que esse álbum possibilitou uma maior aproximação dos Beatles e um maior tempo para criar uma fantasia que saia da cabeça deles, devido a época que fervilhava a contra-cultura e as suas experiências com drogas, servindo de um estandarte para o movimento hippie que ainda fazia parte de um cenário underground.

17.5.07

Resenha - Wilco - Sky Blue Sky

Pra quem conhece o Wilco e gosta do seu som intrigante, pronto pra ser digerido ao longo de audições cheias de atenção, vai continuar adorando o som da banda. Mas nesse caso, Sky Blue Sky (Nonesuch, 2007) é mais direto e tem uma sonoridade mais simples, com menos timbres a serem descobertos. Mas mantém virtudes de sobra, por ser um disco em que sobram boas influências em melodias sinceras e guitarras que encontram um bom caminho de amadurecimento.
Quem dá o tom do disco é sem dúvida a paz entre o ditador assumido e líder da banda Jeff Tweedy e o eclético guitarrista Nels Cline. Fazem uma bela dupla realmente. A guitarra então faz o background do disco, passando por um melancólico soul em "You are my Face" e "Hate it Here" (Paul McCartney alegre padrinho!) e a antológica "Side with Seeds". O instrumento também aparece setentista, em outras como "Leave (Like you Found)" e "Either Way".
Apesar de ser mais sintético e linear, o disco mostra quem sabe, um maior amadurecimento de Tweedy tanto como músico e como líder da banda. O álbum pode se dizer, é uma bandeira de paz após infernos pessoais (Tweedy teve problemas com analségicos) . Wilco, afinal, se mostra uma verdadeira metamorfose, mas dessa vez sem o fantasma de Uncle Tupelo e sem tantas comparações com outras bandas.

Vídeo - What Light

16.5.07

Dark Side of the Moon: um disco cheio de conceitos e fenômeno de vendas


Como sou um grande fã dessa banda, Pink Floyd, não poderia deixar de postar algo sobre esses caras que de tão loucos fizeram um disco sobre o tema: a loucura!! Pois segundo Roger Waters, o baixista, esse é o grande tema que o engloba.
Esse é um dos discos, se não o único a nos fazer refletir sobre a nossa sociedade que nos faz pessoas mais insensíveis a nossa própria condição humana de consumo exagerado, belicista, fugaz e por assim dizer, auto-destrutiva. Nos levando, por fim a uma condição de loucura sem distinção, onde não conseguimos discernir as coisas boas ou ruins e as relações humanas são escassas e pobres.
Em questão ao som da banda, nada se encontra parecido até hoje. Primeiramente, para a época, a gravação foi totalmente inovadora com a qualidade do som quadrifônico que apresentava mais realismo e intensidade à música, como se nós entrássemos dentro dela.
Fora a qualidade do som e do virtuosismo da banda, esse disco é considerado um divisor de águas dentro e fora do rock progressivo.
Em números, o disco é o terceiro mais vendido do mundo de todos os tempos, chegando a marca de 30 milhões de unidades, ficando em primeiro mais vendido nos Estados Unidos e França em 2002, no seu relançamento em SACD, ou seja, 30 anos depois de seu lançamento em 1973. Dizem até que dentre 14 pessoas com menos de 50 anos uma possua o disco e no Reino Unido é ainda mais espantoso, de cada 5 residências uma o possuí.
Segundo a revista Q inglesa, ela fala que o disco apresenta uma característica global, em que com tantas cópias vendidas "é impossível que se passe um minuto sem que DarkSide toque em algum lugar do mundo", segundo suas palavras.
Afinal, o que faz o disco ser tão especial foi a atribuição a um tema universal e que diz respeito a todos nós, o se fazer conheçer, o "olhar para si" que incrivelmente nos parece tão longe e desconexo. Não preciso falar mais nada, tudo o que falei só se torna compreensível ouvindo ao disco.

9.5.07

Virada Cultural


A última Virada Cultural, realizada nos dias 5 e 6 de maio, trouxe para o centro de São Paulo grandes nomes da música nacional. Eclética e agradando a todos os estilos, a progamação do evento tinha desde música eletrônica até MPB.
A Abertura do evento aconteceu em grande estilo, com um show de Alceu Valença na Praça da Sé. Na rua Barão de Itapetininga, o pessoal que curte Psy Trance se esbaldou durante horas, na madrugada de sábado para domingo. Enquanto isso, em outros pontos do centro da cidade, bandas e Dj`s animavam a noite. João Bosco, Ed Motta, Cordel do Fogo Encantado, Lingua de Trapo, havia música para todos os gostos e estilos. O encerramento foi marcado pelo show de Zélia Duncan, no Boulevard São Paulo, que reuniu mais de 20 mil pessoas.
O único fato triste foi o quebra-pau que aconteceu na madrgada, durante o show do grupo de rap Racionais Mc`s, entre os fàs da banda e a tropa de choque da PM. Triste incidente, que serve como alerta para as autoridades nos próximos eventos.
Tirando isso, a Virada Cultural 2007 foi um sucesso. Esperamos 2008!

8.5.07

Sweet Cherry Fury

Em 2004, depois de uma idéia de amigas de infância, algumas idéias e gostos em comum, surgia o Sweet Cherry Fury.
A banda é de Santos/SP e já dividiu o palco com bandas de rock nacional.

O Sweet Cherry Fury é composto atualmente por: Marcella Marinello (vocal), Nika (baixo), Isabela (teclado), Marina (guitarra), Guilherme (guitarra) e Mariana (bateria).

Em 2005, lançaram a demo "Skirts Show Rock" contendo 3 músicas, sendo elas: Main Suite, Pussy Cat e Martini Cocktail, além de covers de bandas já conhecidas.

Após passar por três formações, a banda esteve entre os finalistas do concurso "The Next Big Thing" da BBC de Londres, onde lá tocaram e receberam elogios e críticas de nada mais, nada menos que James Brown e o baterista da banda The Libertines, Gary Powell. A música que os levou até a BBC foi "Cold Blond Body", gravada no "Banho de Estúdio", um quadro que existe no programa de TV do Trama Virtual.

Participaram também do concurso "No Capricho", onde rolou uma disputa de mais de 300 bandas, onde foram vencedores e tocaram com o já consagrado Forgotten Boys e o Rock Rocket.

Influenciados por Bikini Kill, The 5 6 7 8's, The Donnas e Sahara Hotnights, o Sweet Cherry Fury se define como "rockgrlmthrfckrbillychicks", brincadeira com o nome da mistura que fazem, de batidas de ska e rockabilly, até batidas eletrônicas.


Confira entrevista das integrantes Marina e Nika:


Como foi o início da banda?


Nika: Começou comigo e com a Marina. A gente já se conhecia de infância (nossos pais eram conhecidos) e quando voltamos a nos falar percebemos que tinhamos isso em comum. Ambas estavam aprendendo a tocar um instrumento. Resolvemos montar a banda, com umas amigas e começou a rolar. Mudamos de formações até encontrar uma que fosse compatível.


Quantas formações rolaram? Vocês sabem ao certo?

Nika: Três: a de início, que não durou muito tempo, depois a que começamos a fazer shows pela cidade, que durou perto de 1 ano, e a atual.

Como escolheram a vocalista atual?


Marina: A Marinelli começou a namorar com um amigo em comum, a gente estava procurando alguma menina simpática, que não fosse tímida, com um visual bonito e que cantasse legal... Alguém que tivesse a cara da SCF. Um dia ela foi em um ensaio e cantou algumas músicas com a gente, nós gostamos do jeito dela e ela ficou.


Como foi a escolha do nome da demo ''Skirts Show Rock"?

Marina: Bem, a gente estava querendo um nome que tivesse a ver com meninas e rock. Aí a ex-baterista disse esse nome e de cara concordamos.

Quem é a menina na capa de "Skirts Show Rock"? Onde foi tirada a foto?

Marina: Nós fomos tirar fotos na praia, daqui de Santos, no Boqueirão e tivemos a idéia de tirar foto de alguma menininha bonita, que se mostrasse raivosa. Passou uma moça com duas crianças, fomos falar com ela e a menina logo se empolgou. Foi na frente das flores e ficou fazendo pose.

E o que vocês fazem além da banda?


Marina: Eu fui agora pro 2º ano do ensino médio, o Guilherme acho que vai fazer cursinho, a Isabela faz faculdade aqui em Santos, a Nika trabalha e faz faculdade em SP, a Mariana vai fazer cursinho, e se não me engano e a Marinelli vai fazer cursinho também.

Como conciliam banda com as outras atividades?

Marina: Todo mundo tem outras coisas para fazer além da banda: estudos, namorados, familia... Mas a gente consegue conciliar tudo direitinho. Nós sabemos dos compromissos que cada um tem, sem contar que temos apoio de todo mundo que nos cerca, então facilita muito.

Quem escreve as letras? E porque optaram pelo inglês?

Marina: Todos os integrantes participam das produções das musicais, tanto no instrumental como nas letras. Nós optamos pelo inglês porque tem mais a ver com o nosso som, encaixa melhor nas músicas. Já tentamos fazer letras em português, mas não ficou muito bom. Tocamos um cover que é em português (whisky a gogo) e é bem legal e uma coisa que incentiva muito as letras serem em inglês é o fato de termos influências de bandas de fora, que cantam em inglês.

Falando em cover, vocês faziam versões de quem?

Marina: Bikini Kill, The 5 6 7 8's, The Donnas e Sahara Hotnights.

Ainda fazem essas covers?


Marina: Tocamos às vezes em shows, mas estamos sempre variando.

Qual o estilo que a banda se define?

Marina: Não nos definimos pois temos influências de muitos estilos musicais, desde batidas de ska e rockabilly, até batida eletrônica, então não conseguimos nos definir, e é até legal isso! Fazemos uma brincadeira com o nome do estilo de música que tocamos e deu em "rockgrlmthrfckrbillychicks".

Que legal isso! À princípio, a idéia de vocês era ser uma banda feminina? Como foi a entrada do Guilherme?

Marina: Nunca nos limitamos à isso, sempre estivemos abertas a qualquer coisa nova, então quando conhecemos o Gui achamos ele a cara da banda. Ele já conhecia o nosso som mas nem se interessava muito, aí surgiu o convite pra ele tocar com a gente e fomos nos conhecendo.A entrada dele foi ótima, conseguimos colocar ingredientes que faltavam.

Como é a cena musical em Santos? São amigos de outras bandas?

Marina: A cena musical de Santos é mais virada para o hard core, metal core etc. Não somos amigos de muitas bandas, mas conhecemos o cenário daqui!

Acho que todos perguntam isso: Porque o fusca? Ele representa ser o símbolo da banda?

Marina: Tenho um amigo que sempre brincou com o nome da banda, ele sempre falava "Sweet Cherry Fusca".Um dia, saindo de um ensaio, demos de cara com um fusca vermelho e começamos a tirar fotos nele, aí pegou, mas ele não é o simbolo da banda, é apenas uma brincadeira.

Acha que a internet trouxe muitos benefícios pra banda?


Marina: Muuuuitos! É o melhor meio de divulgar o nosso som e notícias sobre a banda e faz com que a gente tenha contato com gente que nos conhece de todos os lugares do mundo!

Quem faz a divulgação da banda?

Marina: Todos da banda, amigos, família, namorados...

Onde vocês costumam ensaiar? E com que freqüência ensaiam?

Marina: Ensaiamos em estúdios de Santos mesmo. Geralmente fazemos ensaio caseiro toda semana e ensaios em estúdios no fim de semana.

Como chegaram no festival "No Capricho"? O que significou pra banda vencer de 315 bandas de todo o país?

Marina: Nos inscrevemos sem saber muito o que ia rolar. Tocamos com bandas que gostamos muito do cenário do rock'n'roll nacional, como Forgotten Boys e Rock Rocket. Foi muito importante pra gente! Com certeza foi um grande passo para as pessoas conhecerem o nosso som, muita gente nunca tinha ouvido falar da gente e acabou virando fã depois do "No Capricho".

E quem teve a idéia de se inscrever no "The Next Big Thing"?

Marina: Quem nos mostrou o concurso foi a nossa amiga Flávia Durante. Ela nos mandou um email falando sobre como se inscrever e disse que seria legal. Nos inscrevemos mas não tínhamos noção do tamanho do concurso.

Quais eram os requisitos pra participar?

Marina: Que eu me lembre o único requisito era ter menos de 18 anos.

Foi surpresa pra vocês fazerem parte dos 20 participantes?

Marina: Na verdade participaram mais de 3000 bandas (não me lembro direito) do mundo todo. Foram selecionadas 20 bandas e depois 7.Foi uma grande surpresa, não tinhamos a mínima noção do que estava acontecendo e o que ainda ía acontecer!

Como foi ficar entre os 7 finalistas do concurso?

Marina: Poxa, foi uma baita realização! Nenhum integrante da banda havia ido para a Europa antes, foi muito bom!

E como rolou o dia da apresentação?

Marina: Estava todo mundo meio nervoso, mas demos uma relaxada antes de se apresentar. Ficamos ouvindo tudo o que rolava por um rádio e estávamos acompanhados pelo pessoal das outras bandas. Na hora de se apresentar nós fizemos do jeito de sempre, mas rolou um nervosismo.

Como era a convivência com essas outra bandas?

Marina: Nós nos demos muito bem! Saímos com o pessoal do MLK and The Dreamers, com o Stefan (pegou o 2º lugar) e continuamos falando com eles pela internet.

Como foi pra banda receber elogios de James Brown e Gary Powell dos Libertines?

Marina: Foi como uma realização, todos nós gostamos de Libertines e do grande James Brown. Não sabíamos que eles seriam jurados, e receber elogios e críticas deles foi um aprendizado.

Quanto tempo a banda ficou por lá?

Marina: Ficamos por 6 dias.

Tiveram festa quando voltaram pra Santos? Como foi?

Marina: Nossos amigos, namorados e família estavam nos esperando no aeroporto, ganhamos parabéns de muitas pessoas, foi bem legal.

Como foi a escolha do novo nome do novo disco, "Queen's Way"? Como estão as gravações?

Marina: O nome do novo disco tem um duplo sentido, que é o forte da Sweet Cherry Fury: brincar com a ambigüidade. Pretendemos começar as gravações daqui uma semana.

E o clipe de "Cold Blond Body"?

Marina: Ainda não temos muita coisa definida para o clipe, mas estamos correndo atrás disso. Muita gente está pedindo!

Quais os projetos da banda pros próximos anos?

Marina: Pretendemos continuar com shows, produzir mais músicas, produzir um álbum, ter apoio de alguma gravadora e ser reconhecido no Brasil e lá fora.


Veja esse vídeo da banda no Progama TramaVirtual:


7.5.07

Bichete - Axis Reverb

Como?
Axis Reverb
Donde?
Sampa - Mackenzie
Quem toca?
Filipe "Kurt" Rizzo - Vocais, guitarra, baixo, samplers, teclados e tudo mais...
Saite?
http://www.axisreverb.kit.net/

E a banda bichete da vez talvez nem seja uma banda. Ou talvez seja. Não sei. Uma banda de um homem só, podemos dizer. Filipe Rizzo (Kurt, para grande maioria), é o cara à frente do Axis Reverb, que traz a sonoridade do pós-punk para os dias atuais.
Estudante de jornalismo do Mackenzie, Kurt falou comigo sobre o seu projeto e mostrou que a citada universidade, ao contrário de que muita gente pensa, não é só pagode, axé e reggae de boteco.

CMZ - Como surgiu a idéia de fazer um projeto solo?

Kurt -
A idéia surgiu após várias tentativas frustradas de montar uma banda "normal". Então depois de um tempo, com ajuda de programas de tablatura e tal eu consegui compor músicas inteiras (baixo, bateria, teclado, guitarra) e assim eu fui construindo um "repertório". Mas mesmo no começo eu compunha e tentava montar uma banda, mas chegou um momento no qual eu desisti disso e resolvi fazer tudo sozinho, uma por ser mais fácil e outra por ser mais controlavel.

CMZ - Quais as principais influências pro Axis?

Kurt -
Basicamente pós-punk (som da década de oitenta, geralmente ligado a cultura punk, só que com mais intelecto e sons mais angulares, baixo mais proeminente, bateria tribal, etc). Bandas nacionais dos anos 80 também foram influencia, como Titãs, Ira!, Legião Urbana. Gosto também do movimento grunge (Pixies, Nirvana), do glam rock (David Bowie, Lou Reed) e disco music (sim, sério mesmo! Tipo Beeges mesmo) e os clássicos que nem Pink Floyd, Mutantes, Beatles...
Mas as influencias mais importantes, as que me levaram a ser uma banda de um homem só são três "bandas" undergrounds americanas. Uma é o Casiotone For The Painfully Alone, uma banda de um homem só também, na qual o cara fazia as músicas com apenas um teclado barato (hoje ele tem uma banda de apoio); Xiu Xiu, que era uma banda de um homem só (hoje ele toca com a prima e mais um baterista) e tem um som bem caracteristico, sônico e um tanto depressivo; e por fim Daniel Johnston, o rei do Lo-Fi e bandas de um homem só, é um artista underground, mas que ganhou um status cult depois que o lider do Nirvana (o Kurt Cobain) se declarou fã dele, o som do Daniel é bem infantil, meio bizarrão, mas é muito sincero (coisa que muita banda hoje em dia não é) e muito profundo, e vale falar que ele sofre de disturbios, já foi internado várias vezes, mas o som é muito bom e ao vivo ele tocava só com um violão ou seu orgão.

Mas além da música em si, tem as influências visuais, literatura Beat, surrealismo, futurismo, dadaísmo (algumas músicas minhas foram compostas cortando palavras e sorteando num saco), o movimento cyberpunk e filmes chineses (eu gosto pra caramba, tem algumas músicas com samplers de falas de alguns filmes).

CMZ - Como é o processo de gravação? é 100% caseiro?

Kurt -
100% caseiro. E é bem simples, eu uso o programa de gravação do som (já voltamos nele), gravo guitarra e baixo, no outro programa que eu uso eu já programo a bateria e o teclado, gravo eles em "wav" e então junto todos no programinha de gravação, que é um que grava por canais (o que facilita muito as coisas, já que vc pode mexer em cada instrumento de cada vez). Ai sempre por fim eu gravo a voz (meio ritual isso hahaha). É um processo bem simples, mas às vezes eu fico meio perfeccionista e a guitarra ou o baixo ou a voz as vezes não ficam certas e então eu regravo.

CMZ - O que você toca, o que você "sampleia", e o que é teclado no som do Axis Reverb?

Kurt -
Eu toco guitarra, baixo e canto. Teve uma vez que eu peguei emprestado um teclado então ai eu toquei teclado e a bateria do teclado (aquela sintetizada). Mas normalmente eu sampleio os teclados e a bateria, em algumas músicas eu sampleei tbm o baixo (porque era um som mais interessante pra música pois era sintetizado e não organico).

CMZ - E pra se apresentar ao vivo, como vai ser?

Kurt -
Playback, basicamente. Eu já tracei um plano pra tocar ao vivo, que consiste em fazer playback do baixo, teclado e bateria, ai no caso eu tocaria guitarra e cantaria. Em algumas músicas não há guitarra então eu só cantaria. É meio chato, eu sei, mas por enquanto é isso. Mas ainda não descartei a possibilidade de ter uma banda mesmo, mas isso só mais pra frente, quem sabe.

CMZ - O que acha do Benzina do Edgar Scandurra?

Kurt -
Sinceramente, ouvi pouco. É de música eletrônica né? Bom, de qualquer modo, o Scandurra é um ótimo guitarrista e eu gosto bastante dele no Ira! (que é uma banda que eu ouvia bastante quando criança junto com Titãs).

CMZ - Como o meio universitário influenciou o Axis Reverb?

Kurt -
Bom, algumas bandas que eu gosto foram formadas no meio universitário de arte. Eu acredito que pro Axis, a maior influencia do meio universitário são algumas aulas, algumas coisas com as quais eu aprendi na faculdade e que me servem de base pra própria divulgação da banda ou pra letras, performances, coisas do tipo. E as universidades deveriam dar mais atenção às bandas formadas em seus campus, fazer mais festivais, coisas do genero. Música é um meio poderoso de comunicação, acredito eu e as faculdades ganhariam muito com isso, tanto como renda como publicidade e ajudaria muito as bandas novatas.

Vídeo: Manchester (Old Radio Song)


2.5.07

Produção independente a alternativa viável

Um dos grandes problemas das bandas que ingressam no mercado fonográfico é com a questão da produção do próprio CD. Antigamente era necessário ter uma gravadora para fazer um álbum de boa qualidade, pois senão era preciso fazer as famosas gravações caseiras ou amadoras.

A produção, atualmente, está mais facilitada com os avanços tecnológicos do meio e também por causa da chamada produção independente, ou seja, aquela que o músico é responsável por todo o processo, desde a gravação, passando pela fabricação e culminando com a distribuição.

A produção independente é a via mais concreta para as novas bandas, porém, há uma série de percalços que os músicos devem tomar cuidado, antes de sair por aí gastando dinheiro, que geralmente é escasso, pois fácil é começar o difícil é terminar a produção de um CD.

Então os passos mais importantes para a criação de um álbum estão na sua elaboração, escolha do estúdio e distribuição. O começo de tudo está na elaboração, é onde vai se dar a cara do álbum, pois não se pode gastar com coisas que no final do projeto não serão utilizadas, então é necessário fazer um planejamento do que irá ser feito, assim já se define o repertório a ser gravado.

Depois a escolha do estúdio é de suma importância, pois é necessário um lugar apropriado e também que trate do assunto de maneira profissional, porque a qualidade do CD depende muito de sua gravação, assim não se pode economizar no estúdio, então esqueça aquele sobrado do lado de sua casa, que tem uma placa escondida informando que lá existe um estúdio.

Por fim, a distribuição é outro passo crucial na elaboração de um disco independente, para ter uma melhor atuação do produto final é preciso definir qual será o público alvo. Se este for de menor alcance, o ideal é fazer a venda direta, caso contrario há duas outras formas a distribuição ou a licença. Na distribuição quem paga a fabricação e os direitos autorais é você e a empresa encarregada apenas faz a venda e paga em média um valor de R$6,00 por disco, já na licença quem paga a fabricação o direito autora é a empresa e esta paga ao músico um percentual que varia entre os 15% do valor de capa.

Confiram outras discas do músico Henrique Cazes sobre como produzir um disco independente. Clique Aqui!